Morte
Vazio monocromático, silêncio mórbido.
Minh’ alma penumbra, pelo destino: frio e cálido.
Meus lábios se arretam, meus olhos se fecham.
Pulmão ofega, coração por um momento para.
Solidão pulsante, de hálito fresco.
Carinho gélido, triste vivencia.
Alma corre, foge e esperneia.
Vazio Monocromático, silêncio mórbido.
Sombra turva, vento uivante.
Corta minha pele, arranha as paredes.
Veneno mortal, luz embaçada.
Vazio Monocromático, silêncio mórbido.
Fuga
Preciso sumir, preciso mudar de lugar. As coisas estão estagnadas, sempre na mesma estação. Preciso fugir, sabe, fugir daqui, dessas pessoas, dessa rotina. Preciso te levar comigo, para outro planeta, outra esfera pulsante. Esse mundo já não me sustenta mais, meus anseios, minha imaginação. Me sinto insuficientemente humana. Falha demais, previsível demais. E a saudade, essa não me deixa em paz. Saudade não de pessoas ou de coisas, saudade de sentimentos, momentos, sensações. Não choro muito menos sorrio, me sinto indiferente, e isso esta me matando. Sem você nada mais existe, sou apenas um corpo de carbono em um ambiente movimentado. Tudo perdeu sua cor, sua alegria. Porém seu sorriso é a única fresta de luz que entra no meu quarto claustrofóbico. Tictacteio como uma bomba relógio, armada e pronta para a destruição. Nostalgia, sofrimento inútil e narcótico. Me tira daqui, me leva pro outro lado do arco-íris, onde só existe nós dois. Somente dois corpos sedentos de paixão. Me abrace, diga que isso tudo é coisa da minha cabeça, faça aquelas suas piadas sem graça. Me arranque um sorriso, e não deixe as lágrimas caírem. E se for embora, por favor, me leve junto, ou então aperte a válvula de escape, só não me deixe só. Agora eu entendo, porque nunca havia me apaixonado antes. É porque esse meu estranho coração, sempre foi seu, desde o primeiro momento. E será até o ultimo. Quero o desejo, a ardência do que é proibido. Meu mundo rodeia a lua. Mistério, escuridão. Minha alma saltita, ao som tremulante da solidão. Me leva no teu cavalo branco, á qualquer bosque encantado. Me prenda eu teu castelo vermelho que pulsa brandamente, e dali jamais me liberte. Me hipnotize com o céu do seu olhar. E sussurre “pra sempre minha”.
Aprendendo a viver
Podia durar pra sempre aquele momento, aquela simples sensação. Não sei por que, mas senti aquela enorme paz, novamente encobertando meu coração.
Estava sozinha, sem nenhum pensamento, nenhuma confusão. Não precisava de nenhuma resposta, nada me pressionava. Só a música soava na imensidão do nada. O vento que beijava meu corpo me desprendia totalmente desse mundo terreno e complicado. Era tudo muito fácil, muito simples.
Foi difícil largar aquela pequena ilusão, desprender da asa da imaginação e cair nos braços do realismo, que sempre nos espera, frio e áspero.
Quero aquilo de volta, aquela facilidade em ter nada e ao mesmo tempo ter tudo. Mas desprender-se desse mundo, é mais difícil do que um dia imaginaria. E à medida que crescemos as coisas vão piorando. Tudo fica mais concreto mais sólido, e perdemos toda a capacidade de sonhar. Nos desgarramos da imaginação, e a esperança se torna algo distante e inalcançável.
Somos realistas demais, certinhos demais. A tantos mistérios nesse mundo, tanta coisa que ninguém sabe. E nós meramente vivemos, continuamos essa nossa vidinha mórbida um dia após o outro. É como se andássemos em uma estrada desconhecida, mirando sempre para a luz um passo após o outro, sem sequer olhar ao redor e se surpreender com oque pode ali existir. Não, apenas continuamos caminhando.
Queremos tanto crescer, queremos tanto alcançar a tão desejada liberdade, que quando conseguimos perdemos o rumo. Quando percebemos estamos assim, perdidos e sozinhos, com frio sem ninguém para espantar a realidade.
O nada é tão temido, tão repugnante aos olhos de nós meros sobreviventes, que não percebemos que é lá que somos realmente quem somos. É onde podemos refletir sobre nossas próprias decisões, sem nenhuma interferência do mundo exterior.
É incrível o poder que temos de destruir nossos próprios sonhos. Cortando as asas de nossa imaginação a sangue frio, bem em nossa frente e sem nos importarmos.
Temos que ser mais criança, regredir no tempo, tomar oque nós mesmos nos tiramos. Para poder realmente sentir a simplicidade de cada ação, de cada sentimento de cada presente que essa vida nos entrega.
A vida é difícil, sempre foi e sempre será. Basta a nós mesmos agregar valores a ela, tornar-la suportável e capaz de superar qualquer agouro.
Não é somente viver, é querer aprender vivendo.
Flying
Quem nunca quis ter a sensação de voar? A liberdade idealizada em nossas mentes, concretizada apenas em sonhos. Vontade de sumir nem sempre é um ato covarde, pode ser uma saída digna para pensar, refletir, e evoluir. E não é esse o sentido figurado de voar?
Na minha mente, voar internamente significa essa vontade de estar seguro, pleno de serenidade – sentir-se bem por dentro. Se for assim, existem várias maneiras de entrar nessa sintonia – e de maneiras bem particulares, é claro, afinal somos diferentes uns dos outros.
Ainda estou aprendendo a voar sozinha, desprendendo-me dos antigos alicerces. Não digo que foi uma escolha unicamente minha, mas quando nos vemos submersos, o instinto nos obriga a nadar.
Talvez cada um tenha um oceano particular, um mundinho próprio, porém não inabalável, porque todos nós possuímos pontos fracos – uns mais, outros menos. Mas, e quando somos atingidos justamente no botão que nos faz desmoronar?
Quando você perde algo que não pode repor, não consegue impedir que as lágrimas desabem. Isso é humano, é natural, e é o que nos mostra o quanto somos impotentes diante dessa realidade independente de nós – a vida.
Segundo meu avô, algumas vezes o homem tem que colocar calças e fingir que é homem, quando por dentro está em pedaços – e isso não é fraqueza. Com o tempo aprende-se a lidar com a carga que nos foi imposta. E a superação vem mais fácil quando temos um motivo para seguir adiante.
Só alguém que nos conhece bem pode perceber quando algo se tornou um divisor de águas em nossas vidas. Deve ser por isso que dizem que tudo acontece quando tem que acontecer. Nem sempre estamos cem por cento, mas a vida nos marca e faz de nós quem somos. De um jeito ou de outro, estamos sempre reaprendendo a voar.
Novo caminho
Queria anotar tudo que aconteceu em uma folha de papel, amassá-la e joga-la no lixo em seguida – desejando que esse simples ato pudesse apagar todos os acontecimentos da minha memória. Entretanto, como bem sei, não sou uma máquina, por dentro dessa coisa visível aos olhos tem muito mais do que uma casca vazia.
Enquanto estava lá, resumi os pontos que considero essenciais, falei das coisas que tinha certeza – independente do que aconteceria depois dali – e falei do meu plano de fuga: correr.
Não sabia a direção, se iria correr por aquele caminho que talvez fosse oferecido, ou criar outra via, apenas sabia que teria que achar um jeito de correr. Deve ser assim com tudo que queremos – o foco e tudo mais.
Bom, agora já sei que aquele não era o meu caminho e sei que devo improvisar. Embora não saiba exatamente o que fazer, sei o que não posso.
Falha na memoria
Sempre faz parte a certeza de que algo do passado só vai se concretizar em um futuro próximo. Parece que o misto do tempo trabalha de forma paralela um com o outro. O passado está em um plano, o presente em outra camada, e o futuro flutua com o que está por vir. No final, é a busca por um sentido que nem sempre existe.
Porém, em todas as fases, camadas e escritos da minha vida,eu vou buscar você.
Se só a minha imaginação pode me trazer a felicidade, simplesmente vou usá-la. Se precisar de um pó mágico e pensamentos felizes para voar, vou tê-los em mãos. Estou me acostumando com o que tenho diariamente, como se fosse um eterno aprendizado. Minha memória não se perde em coisas triviais, então sobra espaço para o que realmente importa – e esse é o meu passaporte.
Só espero não me perder em coisas que não precise de verdade. Não me perder em pessoas que passaram por mim e que não me deixaram nada de bom. Tenho meus mecanismos de defesa quase tão eficientes quanto a tesourinha do Windows – deixa uma lacuna, mas posso disfarçá-la com uma “falha de memória”.
Papel principal
Queria enxergar minha vida com a mesma clareza que enxergo a vida dos outros – seria mais fácil para mim. Eu falo algo para a pessoa – que nem sempre consegue entender o que digo –, espero o tempo passar e depois obtenho a resposta.
Não estou querendo dizer que sempre estou certa – longe de mim. Porém, ver a situação como coadjuvante, observadora, é mais fácil do que ver através das lentes do protagonista da história – papel destinado a pessoas que possuem conflitos e decisões nas mãos.
Talvez eu erre por despejar tudo de uma vez. Quando é comigo, preciso absorver a informação aos poucos, doses homeopáticas seguidas de reflexões. Eu até tento usar essa mesma tática com os outros, mas nem sempre tenho tanto tato.
Bom, depois que o calor da emoção passa, as coisas se encaixam – apesar de às vezes ser tarde para colar os pedaços que foram rasgados. Não sei se o meu pensamento está em um nível mais alto, do qual disponho de uma vista mais privilegiada, ou se é só por eu sempre tentar colocar os dois lados na balança para chegar a uma conclusão – só sei que não tenho lentes tão apuradas para a minha vida e queria que alguém me falasse mais sobre o que acontece comigo.
Reticências
Não sei o que é melhor pra mim agora, realmente não sei. Quando você está ausente, sinto uma falta imensa. Penso em como seria se você estivesse aqui, como seria se vivêssemos juntos todos os dias, ou como seria se nós nos encontrássemos naquela hora. Quando falo com você, sinto coisas que nenhuma outra pessoa me faz sentir. As borboletas no meu estômago se manifestam cada dia mais, minhas mãos suam, meu coração acelera. Seu efeito sobre mim é extremo. Mas sei que se eu realmente quero esquecer, é melhor te evitar. Porque isso só vai fazer com que eu lembre mais dos dias ao seu lado, e com que eu sinta mais falta ainda quando estiver sozinha, pensando com meus botões. O que me intriga é que eu não tenho tanta certeza se eu realmente quero esquecer. Sei que deu errado uma ou duas vezes, mas e se tentarmos outra, dará errado também? E depois dessa, mais outra, será que não daria certo? Eu só tenho medo de acreditar em tudo de novo, e me machucar depois, da mesma forma que aconteceu das outras vezes. Meu problema é que não sei amar só um pouquinho, e não consigo não me entregar. Porém, se desistirmos e entregarmos os pontos agora, teremos que conviver com todos os “poderia ter sido…” que virão em nossa mente quando ouvirmos o nome um do outro.
CHEGA, CANSEI.
Não sei mais oque fazer, falar ou pensar. Cada atitude minha só piora tudo, sempre. Não suporto mais não saber oque fazer.
Esta tudo bagunçado, tudo destruído dentro de mim. Não aguento nem mais uma lágrima, nem mais uma prece, nem mais um segundo deste inferno.
Já tentei de tudo, porem nada funciona, nenhum remédio surge efeito.
Nunca devia ter me deixado levar, como fui tola. Sempre soube que o melhor era não se apaixonar, era ponderar e nunca se entregar. Mas achei que seria diferente. Me enganei, e esqueci de um pequeno detalhe: a historia era comigo. Então mais uma vez tenho certeza que esse negocio de sentimento não é pra mim.
Agora só quero que tudo morra aqui dentro, para que não sinta mais nada, nunca mais. Não sei lhe dar com a perda, com a tristeza ou com qualquer outra coisa. Sou fraca.
Porém, eu cansei. Queria jurar a mim mesma que mais nenhuma lágrima ira cair por meu rosto, mas não quero me iludir ainda mais.
Quero ele ao meu lado, sim eu quero. Porém, não quero mais o ver chorar, porque toda vez eu erro, e é frustrante.
E agora oque me resta é engolir, todo esse sentimento, toda essa angustia , toda essa merda de amor, e como sempre fingir que esta tudo bem. Sou boa nisso até porque tenho muita pratica.
E é isso, mais uma vez minhas suspeitas estavam certas.
Preciso sumir, e deixar tudo de lado, mas como sempre: falar é muito mais fácil que fazer. Não sei viver longe.
Preciso aprender.
Tudo que não posso
Quero deixa-lo livre, quero vê-lo feliz, mas meu coração não permite, não obedece a razão. Parece que quer me torturar, quer me ver definhar, ao não aceitar a pura e simples realidade: Já não é mais meu, já não devo mais ama-lo, mas fale isso pra esse tolo coração.
Deixa-lo partir e o ver sorrindo novamente é oque eu mais quero. Já tentei me afastar, já tentei não pensar, mas cada vez que o vejo é como um murro em meu estomago. É como ter uma pessoa me falando ao pé do ouvido: “Você perdeu”.
Jurei a mim mesma que não iria mais pensar, relembrar ou imaginar, pois, já não suporto mais. Não aguento mais a sensação de não telo em meus braços, de não mais lhe abraçar quando estiver triste, de rir daquelas besteiras de sempre, e de não mais beija-lo. Já não aguento as lagrimas.
Não suportarei mais vê-lo sofrer.
Queria estar ao seu lado para que quando uma lagrima escorresse eu pudesse enxuga-la, para quando ninguém mais o entender eu pudesse ouvir, para quando tudo parecer sem solução eu pudesse abraça-lo e dizer que tudo vai ficar bem. Só que entre nós sempre vai ser assim, ou tudo, ou nada.
Quando me olha, parece que tudo sumiu: todos os problemas, todas as frustrações, e que somos apenas nós. Tento disfarçar, mas não aguento tanto e logo digo adeus. Espero que um dia isso passe, que um dia as lagrimas parem de rolar.
Ainda lembro-me de seu abraço, de sua voz, do seu cheiro, do seu corpo, e do beijo que nunca esquecerei. Ainda lembro-me da sensação de estar aos seus braços, e de quando acariciava minha pele. Ainda lembro-me da sua risada, do seu sorriso. Ainda me lembro de tudo que deveria esquecer.
Desejo imensamente que me esqueça e que seja feliz, para que pelo menos um coração se salve.
Aguardo o dia em que esse meu órgão vital assuma suas reais funções, que minha memória fique fraca demais para lembrar, e que eu aceite que ele não é mais meu.
Ainda espero deixar de ama-lo.
Esperança
Não desejo tudo, ou coisa alguma. Desejo apenas ter algo para chamar de meu. Meu coração, minhas vontades, minha vida.
Embora tantas vezes tenha chorado, e tantas vezes a dor ter feito parte do meu eu, agora me sinto limpa, tranquila. Percebi que sempre fazemos um pequeno problema, se transformar em um grande pesadelo.
A vida é muito curta para ser desperdiçada.
Sei que ainda vou chorar muito, e varias vezes vou me sentir incapaz de levantar a cabeça e seguir em frente. Mas irei me erguer, irei enfrentar os problemas de cara. Pois, embora saiba que a vida nos passa a perna varias vezes, tirando nosso chão, nos deixando caídos e humilhados, ela também nos traz tantas alegrias.
A vida nos passa tão depressa, tão corrida, que não damos real valor aos momentos mais importantes. Como uma manhã gelada de domingo, no conforto de um cobertor que aquece nosso corpo frio. Como uma risada, entre nossos entes queridos. Como o sorriso de uma criança, tão belo e tão inocente, e tantos outros.
São esses simples momentos que enchem meu peito de alegria, uma alegria tão grande, que explicar se torna algo dificílimo.
Muitas pessoas passam por nossas vidas, e varias dessas mudam nosso rumo, uma mudança às vezes imperceptível, e que faz toda a diferença.
A essas pessoas, todo o meu agradecimento, pois foram elas que me fizeram assim, e eu tenho um orgulho enorme. Sei que não sou a pessoa mais perfeita desse mundo, mas sou eu mesma, nem mais esperta, nem mais bonita, nem mais amável, nem mais nada, apenas eu mesma.
Espero que consiga realizar todos os meus sonhos, oque sei que é impossível, porém aqueles que nunca forem realizados, jamais deixaram de ser idealizados em minha mente. Até mesmo porque um sábio disse um dia: “A esperança é a ultima que morre.”.
Insistência
Largou-se na cama. Deixou a temperatura aumentar e diminuir conforme o clima desejava. Tinha seus olhos fixos na janela, mas os pensamentos muito além dela. Abraçada a si mesma, bagunçada, com as alças de sua blusa caídas em seus ombros, ela estava lutando. Sozinha. Em silêncio. Consigo mesma, contra seus sentimentos. Contra quem realmente era. Contra o que queria se tornar, e contra o que queriam que ela se tornasse.
Era sempre uma guerra. Ela nunca encontrava paz em si mesma. Nunca sabia como organizar-se. Como encontrar-se. As palavras alheias pareciam simples quando pronunciadas, e até faziam-na pensar que realmente fosse tão fácil assim. Mas nunca fora, por que seria agora?
Passava os dedos repetidas vezes entre seus cabelos. Tentando esconder a dor de si mesma. Apertando os olhos para que as lágrimas caíssem ligeiramente, como se elas fossem cessar na mesma velocidade em que escorriam em seu rosto. Mas não estava acontecendo da forma como ela queria. Nada, na verdade, estava ocorrendo da forma como ela desejou. E isso a fazia se sentir como coisa nenhuma. Simples assim: Uma negação frágil.
Apertava sua cabeça, encolhia-se contra a parede, e enfiava descontroladamente todos os tipos de pensamentos que a fizessem esquecer a dor. Tentava ao máximo consolar-se. Desejava depender dela mesma, ser feliz por ela mesma. Porém, os pensamentos de que isso já havia ocorrido centenas de vezes, só fazia sua ferida abrir-se mais. E conforme abria, ela tentava curar a ferida passando sonhos e palavras positivas por cima dela. O que só fazia arder em maior grau. Era como passar álcool em uma ferida aberta.
Encontrava-se assim: Ferida. Todos os dias, sem nenhuma exceção. Apenas estava escondendo com a sua quietude e frieza. Ou até mesmo, com seu pseudo divertimento.
Mas estava tentando. Sempre estava.
E agora?
Sinto-me só, sem ele aqui ao meu lado, me sinto perdida, deslocada. Por tanto tempo ele esteve ao meu lado, que agora que se foi me desequilibrei, perdi meu apoio.
Foi sempre ele que me afagou em seus braços, quando as lagrimas se afloravam em meus olhos. E sem nenhuma palavra, ele sabia oque eu precisava. Agora me sinto desprotegida, frágil, sem ninguém ao meu lado para me abraçar em silêncio.
Preciso tanto dele, sinto tanto a sua falta. Esta piorando, já não da mais para dizer que esta tudo bem, e fingir que tudo morreu. Queria que estivesse aqui ao meu lado, só ao meu lado.
Como pude me enganar tanto. Eu tinha certeza que não ia sofrer que ia ficar tudo bem. Porque isso agora?
É difícil.
Realmente só damos valor às coisas quando perdemos, e quando resolvemos corrigir o erro, já pode ser tarde demais.
Quero abraça-lo forte e por muito tempo. Quero afagar sua mão. Porque sei que só serei feliz com ele, e que nenhum outro garoto irá me fazer sentir como ele me faz.
Já não sei se o amo ou se somente sinto sua falta, mas uma coisa é certa: Vai ser pra sempre meu primeiro grande amor.
Doce sonho
Ainda me lembro de seus lábios, roçando os meus, me lembro do beijo mais perfeito que jamais terei novamente. Relutante, relembro da paz e do conforto de quando seu corpo acolhia o meu, em um calor tépido. As lagrimas escorrem contra minha vontade. Sei que tenho que esquecer, e que essa já não é mais minha realidade. Mas as lembranças são mais doces que a realidade, é um mundo mais fácil. Já sei que ele não é o mesmo, e tenho duvida em pensar se é mais doloroso reviver as lembranças do que um dia foi, ou aceitar oque agora é.
Tudo esta muito diferente, distante, mas parece um sonho, tão doce e perfeito. Sinto-me confusa e não sei se realmente gosto dele, ou das lembranças, pois, sei que se encontrar hoje em minha frente não sentirei nada comparado a quando relembro de tudo.
Jurei para mim que não iria mais pensar ou escrever sobre ele - mas não consigo. Sou fraca demais, desisti muito cedo, é tudo muito forte e real. Porém, não quero mais pensar nele, e torço pra que isso tudo fosse mesmo um sonho.
Como tudo pode mudar tanto: todas aquelas juras, todo aquele sentimento se transformou em simplesmente pó.
Minha memoria insiste em me corroer como um vicio, maçante e cansativo.
A tanto tempo não tenho chorado – embora tudo que vem acontecendo – que me desacostumei com a sensação. Já não suporto o quanto isso me consome, toda essa angustia em pensar no que poderia ter sido.
Queria apenas um restinho, do que pode ter sobrado de tantas juras de amor: um abraço, uma conversa com qualquer assunto bizarro e sem importância, ou, apenas um olhar, para saber que não sou a única que se lembra de todas as risadas. Queria saber se está realmente feliz, e se a resposta for sim, nunca mais pronunciarei ou escrevei uma palavra sobre nós. Lembrar-me é inevitável.
Não quero ele, somente as lembranças que, embora me consumam, também me confortam.
Contudo, sinto sua falta. E as lembranças não matam a saudade.
Obrigada
A angustia era uma visita quase que constante em meu peito, e as lembranças estavam sempre ali, petrificadas em minha mente, esperando o momento a qual me renderia a elas. É difícil não recordar, afinal não é todo dia que uma pessoa cruza seu caminho e muda totalmente a sua ideia sobre a vida. Não é sempre que uma pessoa invade seu coração e dentro dele deposita a mais pura felicidade, o mais humilde sentimento – amor. São essas lembranças, que agora me trazem insônia.
É difícil tentar explicar, tantas vezes me senti assim. Sinto que estou perdendo – o, oque é irônico, pois, não se pode perder aquilo que não lhe pertence. Mais as lembranças chegam, querendo ou não. É inevitável não refletir e sentir saudade. Não me arrependo de nada, apenas sinto falta do seu abraço, e do seu olhar, coisas que jamais serão iguais. Queria poder lhe abraçar, e dizer tudo que está trancado em minha garganta, porém, palavras são poucas.
Desejo-lhe toda felicidade do mundo, desse-lhe bem – como a um irmão. Espero que encontre seu caminho, da forma que for. Queria lhe dizer que, não importa oque venha a acontecer, sempre terá um pedaço seu em meu coração, e nunca ei de esquecê-lo.
Obrigada por me fazer sentir tão humana.
Obrigada, porque mesmo sem tê-lo, me fazer feliz.
Guerra
A vida nos prega tantas peças. Quando nos acomodamos, vem ela e nos puxa o tapete: tudo muda, tudo acaba. É frustrante. Mesmo assim nos erguemos, fracos, humilhados pela derrota. Acreditamos que tudo vai mudar - como podemos ser tão tolos.
Cansei de tentar acreditar que tudo um dia vai melhorar, pois, toda vez as lagrimas vem. Tentei fazer o possível, para sempre agradar a todos – IMPOSSIVEL.
Achei uma forma de me proteger: fechei-me. Como poderia me entregar à alguém, depender dele para ser feliz e então mais uma vez me magoar. Não, agora nada mais entra nesse meu oco coração.
Então, ele simplesmente apareceu e mudou tudo. Senti-me perdida. Não sabia oque falar, não sabia oque sentir. Sem ao menos pensar, o magoei. É incrível meu alto poder de machucar à todos que querem meu bem.
Agora, quero mais é que tudo se exploda.
Já não é mais do meu feitio acreditar.
Percebo que é uma guerra perdida, ergui a bandeira branca. Sempre vai ser assim, toda vez que insistirmos nesse confronto: duas nações destruídas.
As lagrimas secaram.
Iris cor de céu
As arvores lá fora dançavam, embaladas pelo vento e eu estava ali como de costume, sentada no ônibus esperando a chegada em casa, um tanto quanto cansada. Repousava a cabeça sobre meus braços tentando me entregar ao tentável sono. Foi quando uma leve brisa entrou pela janela que permanecia aberta. Uma brisa mais que confortante naquele dia tão quente.
Como um murro veio em minha mente a imagem de suas íris cor de céu, de sua boca irresistivelmente vermelha, da sua pele, seu sorriso. Posso jurar que ouvi sua voz e senti seu perfume no ar. Abri os olhos e uma ligeira tristeza me abateu: era apenas um sonho. Do meu lado só havia vários assentos livres à espera de novos passageiros. Através das janelas avistava um céu ensolarado e verdes árvores. O radio suava baixo dentro do ônibus que agora estava em movimento.
A lembrança do sonho, fez com que um sentimento bom, tomasse conta de todo meu ser. Tive a impressão de ser Felicidade, porém, havia algo a mais, algo que me fez questionar: Porque aquelas íris cor de céu tanto me encantam. Quando nos braços dele permaneço pelo mais breve momento parece que tudo é possível, parece até que voar é algo simples. Sei que para uma pessoa como eu, acusava muitas vezes de insensível, escrever essas palavras pode ser um pouco estranho, porém, ao pensar nele, esses sentimentos fluem sem poder combate-los.
Relembro inevitavelmente, de todos os momentos ao seu lado. As risadas, as brincadeiras e até mesmo as tardes de tédio. Como aquele simples ser pode me fazer sentir tão... Infinitamente feliz. Sinto-me tola agora, falando desse jeito – como se ama-lo fosse a única coisa cabível a minha existência. Como pode não ser assim, se sua voz, parece o acorde mais perfeito que meus ouvidos podem captar, se seu cheiro desperta em mim o mais incontrolável desejo, se suas mãos, quando envoltas as minhas fazem meu coração quase exploda de felicidade.
Continuo aqui sentada, escrevendo em meu caderno de física. Ouço a risada dos três no bando de trás e suas musicas estranhas. A paisagem vai se modificando e as musicas também vão mudando, porém, aquelas íris cor de céu ainda permanecem em minha mente. O sentimento de felicidade aumenta e transborda de meu peito, por saber que tudo aquilo é real, e que seus lábios irresistivelmente vermelhos que a pouco residiam em meus sonhos, logo tocarão em meus lábios apaixonados novamente.
Felicidade
Será que para sempre
Ficará guardada no peito
Toda essa angustia?
Parece – me que não há mais solução.
Quando o peito aperta
É só a saudade que consome meu corpo.
Saudade das risadas
Saudade de seu abraço.
Oh! Doce felicidade!
Sinto apenas a vontade:
Se sorrir fosse simples como antes.
Por todo esse tempo
A vida figurou – se uma prisão
Uma prisão de grades
Uma prisão de dependência
Alguém:
Alguém que pudesse dizer
“Está tudo bem”
Apenas dizer...
Quando meus olhos encontrarem
O infinito
O infinito azul do céu
São seus olhos
Que vou encontrar
É a sua pele brilhando a luz do sol
Que vou tocar
É a sua voz
Que minha alma vai escutar
Oh doce felicidade.
O escuro Já me é familiar.
Já não me assusta mais...
O desconhecido me abraça
Amigo
Tento achar o lugar exato
E a exata forma de sorrir
Porém me perco no caminho –
Um cego sem seu guia –
Sinto o ar marinho
Um perfume conhecido
Será você ao meu lado ?
Oh! Doce felicidade?
A música toca
Balanço ao som vibrante
Alma pura: criança!
Os sentidos se aguçam
Minhas mãos buscam tocar
Oque parecia perto
Nada encontram ao tatear
Tremulante
Desesperado
A doce felicidade
Esvai – se por entre dedos
Sentada na calçada:
As pessoas vão
Enclausuradas em medíocres vidas
Despercebidas do que ferve à sua volta.
Cópia de mim mesma
Eu – tempo – espaço
Monotamente entretida
Em assuntos abstratos.
Uma folha de papel
É a linha que me
Aos sentimentos
Incertos – incertos
Quanta hipocrisia
Gira envolvendo nossos corpos!
Pendentes em um planeta
Que volteia em um universo
Escuro desconhecido
Meu medo
Desconhecido escuro
Estranho mundo
Apenas procuro.
Quando quiser
Venha me visitar
Rir – chorar
E contar grandes aventuras
Dizer sábios conselhos
E desvendar os meus segredos
Oh doce felicidade...
Quando quiser
Apareça
Nesse mundo estranho
Nessa vida minha
Monótona
Oh... Doce felicidade:
Seja eterna e sábia